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Depoimento

Prof. Sukarno Olavo Ferreira

Logo após concluir o curso de Física na UFMG, em 1980, fui fazer o mestrado na área de Física Aplicada – Materiais Semicondutores, e fui contratado como Pesquisador Junior em 1986, logo após defender a dissertação. Durante 5 anos trabalhei no Laboratório Associado de Materiais e Sensores (LAS), atuando na produção de filmes finos do composto PbSnTe. Nesta época, publiquei meu primeiro artigo em um periódico internacional de impacto.

Em 1991, já casado e com minha filha mais nova com 7 meses (a mais velha estava para completar 3 anos), consegui uma bolsa do CNPq para fazer o doutorado na Áustria, onde fiquei por 3 anos e meio, até concluir a tese sobre a utilização da técnica de epitaxia por feixes moleculares (MBE) no crescimentos de filmes finos de compostos II-VI (Cd-Zn-Mg-S-Se-Te) para a produção de dispositivos emissores de luz no azul e ultra-violeta.

No início de 1997, durante o Encontro Nacional de Física da Matéria Condensada, o Prof. Alexandre Tadeu, que havia sido meu colega de graduação, me perguntou se eu poderia indicar alguém para um concurso para docente do Departamento de Física da UFV, que estava previsto para acontecer no segundo semestre. Apesar de não conhecer a UFV, voltei para casa pensando que talvez aquela fosse a minha oportunidade para começar a dar aulas e a orientar estudantes. Além disso, voltar para Minas Gerais, para uma cidade pequena e perto de Belo Horizonte era uma opção muito interessante para a minha família. Assim, para surpresa do Alexandre, comuniquei que eu gostaria de ser o candidato e estava disposto a participar do projeto de implantação da pós-graduação no DPF/UFV. Foi assim que, após a aprovação no concurso, iniciei minha carreira de professor da UFV em 31/01/1998. Confesso que, naquele momento, os argumentos relacionados a minha família e à qualidade de vida foram muito mais importantes que a carreira, pois estava deixando para trás a ótima infra-estrutura de pesquisa do INPE e, praticamente, voltando a uma situação pela qual já havia passado a quase 10 anos atrás.

Foram grandes os desafios, principalmente considerando que o grupo de professores do DPF dedicado à física experimental era muito pequeno e não havia quase nenhum equipamento de pesquisa disponível. Mas com um ótimo ambiente de trabalho, amizade, profissionalismo e a participação de praticamente todos os colegas do departamento, conseguimos construir e consolidar um grande departamento de Física.


Em pouco menos de 10 anos, iniciamos o programa de mestrado Desta forma, em 2007 o DPF já tinha uma boa infra-estrutura de pesquisa e um programa de mestrado e doutorado em funcionamento.

Hoje, pouco mais de 20 anos depois, tenho orgulho de ter contribuído para transformar o DPF/UFV em um Departamento reconhecido na comunidade de Física do Brasil por ter um grupo qualificado de pesquisadores tanto em física teórica quanto experimental, formar ótimos estudantes e produzir pesquisa de qualidade. Acredito que tive uma participação importante na implantação da infra-estrutura de pesquisa experimental, em especial na técnica de fabricação de nanoestruturas semicondutoras por epitaxia de feixes moleculares (MBE) e na caracterização de materiais por microscopia de varredura por sonda (SPM) e difração de raios-x. Importante mencionar o esforço realizado para disponibilizar toda esta infra-estrutura a toda a comunidade acadêmica da UFV, com parcerias nas áreas de química, biologia, bioquímica, microbiologia, engenharia química, engenharia civil, engenharia agrícola e também com outras instituições do Brasil e do exterior.

Assim, neste momento em que o DPF completa 50 anos, posso com certeza afirmar que não me arrependo da decisão que tomei em 1997, e que tomaria novamente hoje. E daqui a alguns anos, quando me aposentar, o DPF estará em boas mãos e com perspectiva de crescer ainda mais.


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